Crédito imobiliário: quitar ou investir, qual rende mais?

Economistas e especialistas em finanças avaliam, à luz das taxas de juros atuais, se vale mais quitar a dívida de um imóvel ou deixar o dinheiro aplicado. A conta envolve não apenas o custo do crédito, mas também tributação, liquidez e o perfil de risco do investidor.
Quem contratou financiamento imobiliário no ano anterior viu a taxa nominal girar em torno de 10,5% ao ano. Hoje, com a Taxa Selic estável e a Taxa Referencial – TR,em movimento, o custo efetivo do crédito se aproxima de 11,3% ao ano (10,5% da taxa contratada mais 0,81% da TR. Com esse patamar, o investidor costuma comparar o custo do financiamento com o retorno de investimentos atrelados ao CDI.
Suponha uma pessoa com salário de R$ 30 mil mensais, que vendeu um apartamento por R$ 1 milhão e pretende comprar outro de R$ 2 milhões. A pessoa já tem R$ 1 milhão para aplicar. Se investir esse excedente em um produto 100% CDI, o retorno líquido hipotético fica entre 12,5% e 12,8% ao ano, dependendo das situações de imposto e de taxas. Já mantendo o financiamento, o custo fica em torno de 11,3% ao ano (10,5% de juros mais 0,81% de TR).
Neste cenário, a diferença (spread) favorece o investimento líquido: investir pode superar amortizar, desde que as taxas de administração sejam baixas e a TR não suba demais. Se o custo total do financiamento superar aproximadamente 12,8% ao ano, quitar o saldo devedor pode passar a oferecer melhor retorno.
Com as condições apresentadas, manter o financiamento e investir o excedente em um produto de baixo risco atrelado ao CDI costuma gerar melhor resultado do que quitar o imóvel, desde que o custo total do crédito não ultrapasse o rendimento líquido esperado de aproximadamente 12,8% ao ano. A decisão final depende ainda da disponibilidade de liquidez e do apetite ao risco de cada investidor, bem como de mudanças nas regras de crédito imobiliário.
Fonte: Temoscasa.com.br