Cimento ecológico avança como alternativa de baixo carbono na construção civil
Pesquisadores da Universidade Federal do Pará – UFPA têm concentrado esforços em materiais que reduzem as emissões de gases do efeito estufa na construção civil. Dentre os resultados, ganha destaque o cimento geopolimérico, um tipo de material que não utiliza clinquer em sua fabricação e, por consequência, pode representar uma significativa redução de CO2 no ciclo de produção.
O cimento tradicional é apontado como um dos principais emissores de dióxido de carbono (CO2) na indústria, devido, principalmente, à queima de calcário na produção de clinquer. Além das emissões, o processo envolve o uso de combustíveis fósseis e a soltura de poeira fina, com impactos à saúde e ao meio ambiente. Nesse contexto, o cimento geopolimérico surge como alternativa, substituindo o clinquer por fontes alternativas de matriz cimentante e por resíduos industriais que, de outra forma, seriam descartados.
Como funciona o cimento geopolimérico
- Não depende do clinquer na sua produção.
- A base do material envolve uso de resíduos industriais como escória de alto-forno, resíduos da mineração do caulim e cinzas de resíduos agroindustriais, por exemplo, cascas de café e de arroz.
- Esses resíduos fornecem elementos como cálcio e silício, contribuindo para a resistência mecânica do produto final.
- A adoção de fontes vegetais também é estudada como forma de reduzir ainda mais o impacto ambiental.
Segundo a pesquisadora Verônica Scarpini Cândido, doutora em Ciência dos Materiais pelo Instituto Militar de Engenharia (IME) e professora adjunta da Faculdade de Engenharia de Materiais do Campus de Ananindeua da UFPA, esse caminho não apenas reduz a pegada de carbono, como também oferece um caminho para a destinação ambientalmente correta de resíduos industriais e agroindustriais.
Fonte: Temos